Em meio ao 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, organizado pela ABRASCO/Associação Brasileira de Saúde Coletiva, diferentes organizações e redes negras preparam-se para o debate sobre a promoção da equidade.
A saúde das populações negras é impactada por desigualdades históricas no acesso aos serviços de saúde e pelo racismo estruturado. Para mitigar as iniquidades em saúde, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) foi elaborada, com intensa participação dos movimentos sociais.
A atual conjuntura política aponta a necessidade de reinaugurar uma nova forma de coexistência, estabelecendo políticas de cuidado antirracistas, com a participação da sociedade civil, conforme as diretrizes do SUS e os princípios do Estado democrático e o envolvimento dos gestores na condução PNSIPN.
O “ENCONTRO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: POR EQUIDADE E EM DEFESA DO SUS” que visa debater e o tema, fazendo umareflexão coletiva sobre os desafios e perspectivas de diferentes atores frente à atuação do Estado, potencializando as articulações para o enfrentamento do racismo sistêmico, além de propiciar a troca de experiência referente aos avanços e retrocessos na implementação da PNSIPN.
E depois da Ocupação do 13 de Maio, confira aqui a relação das atividades previstas para a Mobilização Pró-Saúde da População Negra no Brasil ao longo do mês de Julho.
01/07/22
Rio de Janeiro – RJ
17h – Roda de Conversa: O impacto da violência contra a mulher negra na saúde mental.
Convidados(as): Professores, Psicólogos e outros convidados para o debate
Coordenação: Aya Business
Onde: COWORKING PRETO – Rua Evaristo da Veiga, 83.
19h30 – VI Encontro da Rede Pró-Saúde da População Negra: A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e atual conjuntura política no Brasil.
Organização: Aliança Pró-Saúde da População Negra
Transmissão: Plataforma Zoom
Mais informações: observatoriopopnegra@gmail.com
16/07/2022
São Paulo – SP
16h – Roda de Conversa: Soberania Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana
Coletivo Cultural Acaçá Axé Odô
Mãe Nãna D’Yemanjá – Conselheira Titular do CONSEA Capital SP e Coordenadora da CRSANS Capital SP
Endereço: Rua Moe 438, Vila Ré, São Paulo/Capital.
Mais informações: elinanapaixao@gmail.com
20/07/2022
20h – Live: O quesito raça /cor como variável epidemiológica
Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo
Transmissão na página: @aafesp
Mais informações: berenicekikuchi@hotmail.com
21/07/2022
São Paulo/SP
19h30 – VII Encontro da Rede Pró-Saúde da População Negra: Dia das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe
Organização: Aliança Pró-Saúde da População Negra
Transmissão: Plataforma Zoom
Mais informações: observatoriopopnegra@gmail.com
21/07/2022
Rio de Janeiro/RJ
19h – Live: Atenção Básica e efetivação da Política Transversal de Saude Negra
Organização: Panapanãs
Convidadas: Conceição da Silva (CNS), Claudia Vitalino (ex- membra da Comissão Nacional Saúde Mental)
Transmissão: Youtube ( Espaço 70)
Mais informações: karlallima.advogada@gmail.com
22/07/2022
Salvador – Bahia
14h – Roda de Conversa: Onde estão os direitos da saúde para esses corpos pretos?
Convidados: Movimento negro, Associações LGBTQIA, IBADFEM, As Madas.
Organização: Casa Marielle Franco Brasil
Transmissão: Casinha Marielle Franco Brasil (página do Instagram)
16h – Roda de Conversa: O papel das mulheres negras na implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN)
Mediação: Profa. Dra. Edna Maria Araújo (NUDES/UEFS);
Convidadas:
Maria Inês Barbosa
Maria do Carmo Monteiro
Matilde Ribeiro
Damiana Miranda
Denize Ribeiro (UFRB).
Coordenação: Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis e Mestrado Profissional de Saúde da População Negra e Indígena – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia; ; Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades em Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (NUDES/UEFS); GT Racismo e Saúde ABRASCO; UNILAB, Comitê Técnico Estadual de Saúde da População Negra da Bahia/SESAB; Comunidades Tradicionais de Religião de Matriz Africana; Fórum Nacional de Mulheres Negras – Bahia; Associação HTLVIDA e Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana Cruz das Almas/Bahia.
08h – I Conferência livre, democrática e popular de saúde de Feira de Santana: Em defesa do SUS e do direito à saúde!
Convidado: Enf. Adroaldo Oliveira
Organização: Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana, Apoio Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades em Saúde (NUDES) e Associação Feirense de Pessoas com Anemia Falciforme (AFDFAL).
Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães: R. Vasco Filho, 15 – Centro, Feira de Santana – BA, 44003-246
Com mais de 870 projetos de direitos humanos apoiadas e R$ 32,5 milhões de reais doados a grupos, coletivos e organizações de base de todas as partes do país, o Fundo Brasil completa 15 anos de atuação neste 2021. O vídeo “No Fundo, Eu Sou Você” lembra que direitos humanos são fundamentais para garantir a dignidade e a cidadania de todas as pessoas, sem exceção, e que defender esses direitos é defender todas as formas de existência e a própria democracia. Acompanhe esse debate: https://www.fundobrasil.org.br/
Produtora: Free Birdz
Redação e conceito: Kivitz e Fellipe dos Anjos
Design: Barros Ilustração: Bruno Oliveira
Motion: Guilherme Bento
Trilha e SFX: Wesley Camilo
Locução: Shirlena Marabilis, Rachel Daniel, Kivitz e Wesley Camilo.
Neste dia 07 de Abril, data que se comemora o DIA MUNDIAL DA SAÚDE, a Aliança Pró-Saúde da População Negra apresenta o vídeo “Vacina já para todes” com mensagens de seus/suas integrantes, com o intuito de mobilizar e articular a sociedade civil em defesa do Sistema Único de Saúde, a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em todo o país e a urgência de uma plano nacional de vacinação, considerando a necessidade de promoção da igualdade racial, com equidade nas ações em saúde. No momento em que o país já ultrapassou o número de 330 mil mortes pelo coronavírus, a pandemia que escancarou as desigualdades raciais e sociais, levando-nos a um número maior de mortes na população negra do Brasil, é necessário que o Estado reaja, mudando os rumos de sua condução política-genocida.
A Aliança vem desde 2018 se organizando para o enfrentamento do racismo, mobilizando lideranças de diferentes coletivos negros e organizações, estudantes, pesquisadores, profissionais de saúde e afins, atenta à necessidade de políticas efetivas em atenção à saúde da população negra, no país, no Estado e no município de São Paulo. Venha tecer essa rede conosco!
Consta na sua biografia que o Gestor conduziu a Cidade em meio à pandemia, “com firmeza, serenidade, e confiança, imprimindo a marca da humildade”. A atenção às áreas sociais está no centro do seu trabalho (saúde, educação e habitação). Aprendeu a amar a democracia, colocando em primeiro lugar “os que mais necessitam da proteção do poder público”, com vocação para cuidar das pessoas e melhorar as condições de vida de milhões de cidadãos.
Eu confesso que fico muito surpresa com essas declarações, que no meu ponto de vista são totalmente às avessas às suas atitudes e decisões como gestor municipal. Podemos começar pela Pandemia: avalio que a sua condução foi ridícula, totalmente ofuscada pela autoridade do Governador, permanecia calado, assim como os seus Secretários.
Demoraram bastante para tomar algumas decisões com relação ao isolamento social e o fizeram lentamente, aumentando o risco de contaminação das pessoas que tinham que se deslocar pela Cidade. Vale lembrar também que não foram poucos os confrontos entre a decisão da gestão de reduzir e manter reduzida a frota de ônibus, enquanto os usuários diziam que os coletivos estavam lotados, inviabilizando as medidas de proteção frente à Pandemia.
Não ouviram o clamor dos movimentos e das periferias, pedindo pela instalação de um hospital de campanha em Itaquera/Guaianazes e na recuperação do Hospital Sorocabano. As iniciativas da sociedade civil de Paraisópolis e Heliópolis comprovam o quanto a gestão foi morosa nas decisões onde “as pessoas mais necessitam do poder público”. Em nenhum momento ouvimos falar sobre a utilização de leitos privados, pelo SUS. A testagem da população e as medidas de vigilância dos contaminantes foram irrelevantes. Esse contexto impacta diretamente na vida da população negra que é a maioria nos bairros periféricos, nas ocupações, nos territórios com pouca ou nenhuma infraestrutura urbana, onde a maioria não pode permanecer em isolamento, nem “trabalhando de casa”, e nem todos foram beneficiados pelo auxílio emergencial. Esses territórios “negros” são os mesmos que foram os mais atingidos pela pandemia e onde ocorreram o maior número de óbitos. As decisões com relação aos moradores de ruas, praticamente inexistiram, soubemos pela mídia sobre a disponibilização de 100 (cem) leitos para idosos em situação de rua, em hotéis paulistanos!!!
A questão da oferta de água para esses grupos e para os moradores da periferia, que sofrem com a indisponibilidade de água também foi irrelevante. Agora diante da possibilidade de retorno às aulas, percebemos uma movimentação da gestão para a testagem dos alunos e professores, apesar que as condições precaríssimas de infraestrutura e manutenção das Escolas, permanecem inalteradas. Sabemos que as professoras, as agentes da educação nas salas de aula NUNCA foram solicitadas a opinar sobre NADA nessas decisões. Pouco soubemos sobre a ajuda que o Município tenha feito para socorrer comerciantes, micro empresários, isenção de impostos etc. Ao mesmo tempo, a Guarda Civil Metropolitana, investida de polícia, permanece humilhando a população sem teto e os ambulantes.
Essa gestão tomou atitudes bastante autoritárias com relação aos profissionais da Vigilância Sanitária, remanejando-os sem nenhum diálogo, em meio à pandemia. Também podemos relembrar as atitudes desrespeitosas com os profissionais e servidores do Hospital do Campo Limpo, sob gestão da Organização Social Albert Einstein, que de um dia para o outro foram surpreendidos pela retirada de materiais e equipamentos em meio aos atendimentos à população. Devemos relembrar toda a mobilização e repressão aos servidores públicos municipais contra a privatização do Instituto de Previdência do município e das lutas travadas contra as mudanças ocorridas na previdência municipal. Podemos lembrar sobre as decisões de privatizar os parques municipais, o Anhembi, o Pacaembu, os CEUS, a Ceagesp, sem discussão com os interessados. Ele diz que ainda que viabilizou o maior número de moradias populares do que todas as outras gestões, SERÁ?
O número de pessoas, inclusive famílias com crianças ocupando espaços públicos, praças, viadutos, marquises, nunca foi tão grande!! Por fim, podemos falar sobre as ações de zeladoria da Cidade, outro aspecto também muito desfavorável para o Gestor de plantão: é surpreendente o mal trato da cidade, das praças, dos monumentos. Por tudo isso acima exposto, tenho absoluta certeza de que esse gestor não serve para o mandato tampão que assumiu e muuuito menos para continuar por mais quatros anos. São Paulo merece alguém que de fato “cuide das pessoas” e das políticas que precisam ser implementadas para melhorar as condições de vida e trabalho da população paulistana em geral e da população negra em particular. Ele definitivamente não serve para esse lugar, não tem perfil para quem diz que ama a democracia, muito menos compromisso com os que mais “precisam dos serviços públicos” e da efetiva força do Estado.