
Da Aliança*.
Entre os dias 27 e 28 de janeiro a Aliança realizou a sua Oficina Anual de Planejamento.
A atividade visava o fortalecimento das lideranças de movimentos sociais e suas organizações, para que desenvolvessem ações em defesa das políticas em atenção à saúde da população negra. Nossa expectativa tem sido a densa atuação comunitária em diferentes territórios, a partir de suas realidades, conectadas umas às outras, o que deve-se considerar os diferentes níveis de articulação, os métodos aplicados ao processo, as parcerias a serem estabelecidas frente à necessidade de incidência política.
Esse é um momento em que a Aliança reúne seus fundadores, membros e parceiros para definirem os caminhos a serem tomados, com base no cenário em que estão; um belo exercício pós-eleição. Acreditamos que ao fortalecer os demais, fortalecer o grupo, e por isso, o planejamento conjunto questiona onde queremos chegar e qual o percurso faremos.
De forma geral, ao olhar para o cenário nacional e a vida real, a rede criada pela Aliança deve avançar, enfrentando desafios emblemáticos no que se refere à organização da sociedade civil, por isso, a Oficina priorizou a sustentabilidade da rede política construída ao longo de anos, em atenção à saúde da população negra, a partir da iniciativa de lideranças políticas e suas organizações que atuam historicamente no enfrentamento ao racismo e seu impacto na saúde.
Ao olharem para a saúde da população negra na capital, na baixada santista e no interior de São Paulo, as lideranças elaboraram diagnóstico situacional, fizeram mapa em que demonstram a atuação das lideranças e, ao discutirem os desafios e avanços obtidos até aqui, definiram estratégias acerca da organização dos movimentos negros em defesa do SUS, com participação popular, controle social e corresponsabilidade.
Estas questões foram conectadas com o cenário nacional e as novidades do momento. Ebomi Altamira Simões da Rede Lai-Lai Apejo, que compoem o Conselho Nacional de Saúde em nome do movimento negro e lá coordena a Comissão Intersetorial de Políticas de Promoção da Equidade, iniciou a atividade na manhã de sábado, dialogando com os presentes sobre sobre a atuação, os desafios e as propostas do Conselho Nacional de Saúde, o que inclui a ampliação do debate sobre a presença da sociedade civil nos espaços de participação e controle social. Aquele foi um momento em que os participantes puderam fazer conexões entre a agenda nacional em debate no CNS, e as suas realidades, para assim fazerem frente ao desmonte do SUS.
Assim, foi possível definir os passos a serem dados conjuntamente, a partir do protagonismo e a corresponsabilidade das lideranças de movimentos sociais frente ao descaso do Estado. O ano de 2023, enfim, começou tirando as pessoas das encruzilhadas políticas rumo à ação prática, com agenda, atividade, e muita energia, porque sabidamente, não basta ganhar a eleição, é preciso participar da vida política desse país e mudar os rumos do processo sempre que necessário.
E a Aliança caminha para o quinto aniversário de sua fundação!
*Contato: observatoriopopnegra@gmail.com