Religiões afro-brasileiras e saúde: aula na Santa Marcelina

Meher Moubarac*

Tendo em vista que a luta é diária, a Aliança, em parceria com a Laspn – Liga de Saúde da População Negra -, realizou uma aula aberta no dia 26/08 sobre o tema “O Estado e as Religiões Afro-brasileiras”, mediada pelo Professor Celso Ricardo Monteiro/Pai Celso (Cientista Social).

Sabendo que a definição de saúde é o bem estar físico, psicológico, social e espiritual, como podemos falar de saúde da população negra sem falar da negligência e da violência que esta enfrenta também quando o assunto é religião?

O racismo não é só o preconceito contra a pele negra. O racismo é o preconceito contra o negro e contra tudo que ele carrega e constrói; desde sua aparência física, suas roupas, seus acessórios, seus alimentos, sua cultura, e, obviamente, suas religiões.

Dito isso, desbravamos o tema reiterando o fato de que, apesar do SUS ter sido concebido também pelo movimento negro, e que tenha, como dominantes princípios estruturais, a universalidade, o acesso e a equidade, a população negra sofre para ter seu direito à saúde assegurado.

Não é à toa que são os Terreiros, muito mais do que a atenção primária, que recebem, acolhem e tratam essa e qualquer população; utilizando de seus chás, de sua crença, de sua terapia espiritual e, se precisam, de terapia medicamentosa.

E se, na sociedade atual, é lei dizer que o que mais influencia no processo saúde-doença de um indivíduo são suas vulnerabilidades e os determinantes sociais, qual é a razão de o racismo ainda precisar ser comprovado e justificado?

Por isso, abordando essas reflexões e as dúvidas gerais, terminamos a aula tendo em mente que a maior vulnerabilidade do negro, no mundo e no Brasil atual, é o racismo em função de sua raça-cor.

*Curso de Medicina – Faculdade Santa Marcelina; membro da Liga Acadêmica de Saúde da População Negra

Autor: Aliança Pró-Saúde da População Negra

A Aliança Pró-Saúde da População Negra desde 2018 vem se organizando para o enfrentamento do racismo, mobilizando lideranças de diferentes coletivos negros e organizações, estudantes, pesquisadores, profissionais de saúde e afins, atenta à necessidade de políticas efetivas em atenção à saúde da população negra, no país, no Estado e no município de São Paulo.

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