Por Ester Horta*
Com contribuições de Sheila Costa
Da direita para a esquerda: fotos tiradas antes, durante e depois do diagnóstico da Covid-19.
Dados do ministério da saúde já apontam¹ que o coronavírus é mais letal entre pessoas negras no Brasil e no mapa do coronavírus¹, na cidade de São Paulo, a periferia lidera vários índices sendo que mulheres são as mais infectadas: entre casos suspeitos as mulheres de 30 a 39 anos são a maioria. Ou seja, a pandemia do coronavírus vêm expor as desigualdades sociais, raciais e de gêneros existentes nesta sociedade capitalista cuja burguesia está mais preocupada com a economia do que em salvar vidas. Parafraseando Fanon (1968), burguesia está “encerrada em si mesma” e “incapaz de pensar no conjunto dos problemas em função da nação”, agindo de forma a fortalecer as opressões, aparelhada no estado.
Neste cenário todos os dias recebemos informações sobre número de casos, estatísticas e afins, mas qual o nome, o rosto e a voz por trás destes números? Quem são os sujeitos acometidos pela Covid-19? É preciso que tenham direito às suas próprias narrativas para além dos números. Pra trazer um rosto, uma voz e uma vida para este número conheçam a Sheila Costa: 31 anos, mulher, negra, trabalhadora do lar, mãe de 3 filhos, residente na Zona Norte de São Paulo que, no último dia 22 de Abril, compartilhou comigo, sua experiência sobre como foi a sua verdadeira saga até ter o diagnóstico de coronavírus e seu conseguinte tratamento. Hoje, bem melhor do que estava no início dos sintomas, ela pediu para que sua experiência pudesse chegar a outras pessoas, em especial à outras mulheres negras por acreditar que sua experiência, apesar de dolorosa, lhe trouxe uma vontade ainda mais de viver e resgatou seus antigos anseios de estar em comunidade, de compartilhar. Tal anseio ilustra muito bem a definição da psicanalista Neusa Santos, quando está nos diz que:
Saber-se negra é viver a experiência de ter sido massacrada em sua identidade, confundida em suas perspectivas, submetida a exigências, compelida a expectativas alienadas. Mas é também, e sobretudo, a experiência de comprometer-se a resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades. (SANTOS, Neusa; 1983).
Abaixo, a transcrição do relato de Sheila (enviado via mensagem de áudio):
Sheila Costa – uma voz por de trás dos números do coronavírus
“Eu agradeço poder ter esse canal pois eu precisava contar pra alguém. Apesar de ainda um pouco fraca, pois emagreci muito, hoje consigo falar e fico até empolgada! Além disto penso que é uma lição de vida pra todos nós. Acho que quem está passando por isso (pelo Covid-19/Coronavírus) vai entender tudo isso que relatei, assim como quem está passando entende bem essas notícias que estão passando na mídia, sabem que não é exagero pois estão sentindo na pele. Desejo ainda que, as mulheres que estão passando por isso possam superar.
SAGA PARA O DIAGNÓSTICO
“Fui 5 vezes ao hospital sendo que uma dessas, acho que foi dia 14, o médico não me deu receita e me mandou pra casa então foram 6 vezes. Vi a morte de perto, o sofrimento das pessoas no hospital. É uma doença muito ruim e muito triste”.
Sintomas iniciais e descaso médico
“Eu tive a sensação de falecer! Fiquei muito mal, num estado de ser carregada pela minha mãe e meu esposo pois eu não tinha força nenhuma. Pra você ver como é o atendimento médico pra nós que precisamos do SUS: no dia 8 de abril, fui ao posto de saúde e o primeiro médico que me viu disse que era uma “gripezinha” e me mandou pra casa com xarope dizendo que não era coronavírus. E eu falei que estava preocupada por eu ser do grupo de risco, aliás todos nós em casa somos do grupo de risco: temos problemas respiratórios, são 3 filhos crônicos, além da minha mãe que tem diabetes e hipertensão. Fiquei com medo. Sabia que não era apenas uma “gripezinha” que seria resolvida com xarope. Daí então eu piorei e dia 13 fui levada pro AMA perto de casa. Os médicos estão sendo muito duros alguns até muito grossos na maneira de falar sabe? O médico me passou uma inalação, quando fui ao AMA com muita dificuldade eu consegui falar pra ele que estava fraca e não me sentindo bem e ele disse que eu não tinha explicado nada direito. Mas como explicar direito se eu mal conseguia falar? A garganta fecha! É uma coisa horrível! Aí então ele passou umas medicações pra tomar em casa e nada de melhora, muito ruim continuar a ter dores e não saber ao certo o que eu tinha. Só quem passa mesmo é quem sabe, pois é três, quatro, 1 milhão de vezes pior que uma gripe forte! É uma coisa horrorosa. Fico imaginando as pessoas que partiram sem socorro pois é um sofrimento tremendo…”
Idas e vindas
“Lembro de vários flashes, pois eu estava tão ruim das outras vezes que fui levada ao hospital que só me lembro que eu chegava lá e médicos diziam que eu “estava bem” e me mandavam de volta pra casa. Em uma destas vezes, no dia 14 retornei AMA do Jardim Peri carregada pelo meu marido e disseram que eu tinha que entrar sozinha! Imagina! Eu entrei perambulando, eu estava mal. Sabe é tanta dor tanta dor que você não sabe de onde vem e se vai melhorar. Ele mal me olhou, apenas pediu um raio-x. Eu fiz exames, mas o médico me atendeu da porta e eu lá no fundo da sala de atendimento. Esse dia foi péssimo pra mim pois minha garganta estava horrível, mas o ele mal olhou minha garganta, não fez nenhum exame físico, nem muitas perguntas, apenas disse que eu estava com pneumonia e me mandou pra casa dizendo pra continuar tomando as medicações. Foi aí que eu piorei mesmo. Meu marido tentou até me medicar em casa, com os medicamentos que o médico havia passado, mas eu não conseguia tomar. Eu estava na cama, jogada sem forças, por sorte que tínhamos um inalador em casa (usamos bastante) meu marido lavou bem antes de usar, acho que sem ele eu não teria sobrevivido.”
Finalmente atendimento no Hospital referência em COVID-19
“Hospital Geral da Vila Penteado: Foi lá que descobriram a Covid, foi lá que me salvaram… No dia 16 (lembrando que tudo começou no dia 8 de Abril) retornei ao AMA do Peri mais uma vez, carregada pelo meu esposo, foi quando então fui encaminhada, de ambulância, ao hospital Geral da Vila Penteado, que é referência de Covid-19. Graças a Deus fui levada pra lá, porém vi tantos óbitos no hospital que você fica com a sensação que não vai sair com vida, é uma sensação de que você não voltar também. No container eles fazem uma triagem e quando médico teve primeira suspeita fiquei lá no aguardo dos exames e minha saturação estava boa, em vista dos pacientes mais graves. Disseram “você é nova e está saturando bem e respirando bem sem aparelho” passaram medicações e falaram pra usar inalador. Foi levantada a suspeita de Covid, colheram exame pra confirmar e me passaram medicamentos para tratamento de Covid (azitromicina®, tamiflu®, dipirona®) e fui mandada pra casa pois, como ainda não era certeza, havia o risco de eu ficar internada lá e o caso piorar, segundo eles. Então voltei pra casa e continuei bem ruim… Meu marido foi atrás pra conseguir o tamiflu, acho importante dizer que o tamiflu é caríssimo! Foi mais de R$200,00! Meu esposo só conseguiu porque, por sorte uma das pessoas que ele estava trabalhando como pedreiro pagou serviço dele e assim ele conseguiu esse dinheiro. E se a pessoa não tiver condições pra comprar? É um medicamento que cedem no hospital pra quem está internado, porém pra quem não está precisa comprar. Assim voltei pra casa e continuei a piorar. As dores eram intensas, aí dia 19 voltei no Ama perto de casa e o médico me passou medicação pra dor, fez outro raio x e como eu não melhorava e eu estava usando medicações do protocolo de Covid fui novamente enviada de ambulância ao Hospital Penteado. Chegando no Hospital uma a médica muito friamente falou que era pneumonia e que estava fraca, algo que eu já sabia, daí mencionei que no exame que fiz no AMA havia aparecido alterações no fígado e vesícula (além do pulmão). A médica pediu pra eu voltar á noite para passar com cirurgião. Cirurgião este que que me atendeu do lado de fora da sala, extremamente mal educado, só a enfermeira que foi atenciosa. Passou buscopan®, tomei na veia e me mandou pra casa, nem olhou pra gente. Eu falava que a dor não passava e colocou a mão por cima bem rápido e disse apenas para o meu marido que meu problema era vesícula! Passou algumas recomendações do que não comer e só. E ainda mandou eu marcar ultrassom abdominal. Foi a enfermeira que nos deu mais informações e chegando em casa, quando fomos marcar o exame por telefone nos disseram que só iriam marcar depois que passasse a pandemia! No dia 20 de abril, voltamos no hospital pra tentar fazer o exame de ultrassom. Aí foi quando um outro cirurgião fez outra avaliação, eu só consegui falar o que eu estava sentindo depois que meu esposo interviu, pois o médico não me deixava falar! Parece que o que temos a dizer não é importante pra eles…Só aí então que ele explicou tudo, sobre a dificuldade que o hospital já enfrentava antes, que apenas dois hospitais na região atendiam outras enfermidades além da Covid se eu passasse muito mal da vesícula eu teria que ir pra outro hospital. Mas meu esposo reforçou que eu estava muito fraca que eu não teria forças pra ir em outro hospital e então o médico me passou um soro de 1 litro com medicações, vitaminas e etc, foram 2 horas de soro. Olha foi o soro da vida! Digo que foi o soro da vida porque se eu tivesse vindo pra casa eu não teria aguentado. Naquele dia eu pensava na minha mãe que já tinha perdido um filho recentemente, pensei no que seria dos meus filhos e da minha mãe sem mim (choro) Sabe, eu me emociono ao lembrar disso pois eu não conseguia ficar nem sentada de tanta dor. Minha urina estava laranja antes, dava medo, pois eu não conseguia nem beber água por conta da falta de ar, pra você ter uma ideia, eu não tinha forças nem pra urinar, ou eu urinava ou eu respirava! Teve momentos que achei que não ia aguentar enquanto estava tomando o soro. Eu lembro das coisas em flashes. Eu dormia e acordava. Não tinha nem veias direito e por isso meu braço doía. Era um misto de fraqueza, de ansiedade e medo. De medo da Morte! Um misto de sentimentos difícil de descrever”.
Importância da atenção médica
“Tenho muito a agradecer a uma enfermeira que me trouxe conforto naquele momento, enquanto eu estava tomando soro, foi um ato tão singelo, de vir me cobrir pois o ar condicionado estava gelado e eu estava sentada numa cadeira quebrada. Este ato me lembrou minha mãe, sabe? Ela veio com uma voz doce e me disse “você está com frio querida?”, me ajudou, me levou no banheiro, me levou água, deixou meu marido ficar um pouco mais próximo e disse que ‘o que você precisar estarei aqui’. Jamais esquecerei desse ato de carinho em meio a tratamentos tão frios e distantes. Entre um abrir de olhos e outros fui acordando com a voz do meu marido avisando a médica que o soro estava acabando. Eu só pensava que tinham então passado as duas horas do soro, finalmente, mas e o que iria acontecer agora? Eu pensava na morte, no medo da morte e na vontade de viver pelos meus filhos. Nisso veio uma médica que foi um anjo na minha vida, ela que finalmente descobriu a Covid, confirmada pelas evidências na tomografia do pulmão. Eu chorei muito, lembrei dos meus filhos e disse que não queria morrer … ‘Você não vai morrer, você está falando com uma pessoa que teve Covid’, disse a médica que me atendeu. Ela me disse ainda que se curou sozinha, teve apoio da família e os amigos se afastaram, é uma doença solitária. Aí imagina: se isso acontece com uma médica, que dirá conosco? Ela disse então que eu precisaria ficar internada, disse pra eu me despedir do meu marido pois eu só veria na alta, e nossa aí desabei, já um pouco mais fortalecida pelo efeito do soro tive forças pra dizer “Não posso ficar longe dos meus filhos..” era isso que eu conseguia dizer. implorei que queria ficar perto dos meus filhos: Ela então, com muito cuidado, disse: “vou medir sua saturação novamente, se você tiver saturando melhor eu te mando pra casa e seu marido assinará um termo se comprometendo a cuidar de você e qualquer situação de piora ele te traz de volta”. E eu saturei melhor! Tinham acabado de liberar uma cama de óbito. Imagina Isso! A gente fica muito abalada psicologicamente pois o medo da morte é grande. Ela perguntou se eu tinha um cômodo para ficar sozinha eu disse que sim. Estou desde então tomando as medicações, medicações estas que ajudam por um lado e debilitam de outro. E assim, no dia 20 de abril de 2020 foi quando recebi minha vida de volta, quando recebi a oportunidade de vida novamente. Dois anjos, a enfermeira e médica, foram atenciosas, em especial a enfermeira que o tempo todo nos acolheu”
Dia a dia depois do diagnóstico da COVID-19
“Graças a Deus já estou comendo, pois ficar sem apetite, sem sentir gosto da comida foi muito barra pra mim e fiquei foi muitos dias assim, sem sentir gosto de nada, aos poucos o cheiro e sabores vão voltando ao normal. Todos os dias recebo ligações do ministério da saúde para acompanhar como estou. Comecei a fazer umas caminhadas pelo quarto pois a gente fica confinado, dá tontura. Fico no meu quarto o dia todo e não vejo a hora dessa quarentena acabar pra abraçar minha família…”
Perto e longe dos filhos
“Estou dentro de casa estando longe dos meus filhos…Sem poder estar perto deles, sem poder tocar na mãozinha deles…Eu chorei muito, eu sofri e estou sofrendo por conta disto. A médica permitiu de eles falarem comigo pela porta pois já passaram os 14 dias, mas como ainda tenho sintoma (pois parece que ainda há um tempo pra eliminar todo o vírus) por segurança ainda não posso estar com eles perto. Eles são muito pequenos ainda. Meu filho mais velho tem 11 anos, tem suspeita de autismo, e precisava muito do meu abraço e do meu apoio agora e dentro de casa a gente tem essa flexibilidade de apoiar de cuidar… Por conta de eles ficarem em casa comigo estão muito acostumados a estarem sempre perto de mim… Tem o do meio que vai fazer 6 anos, agora dia 28, e eu não vou poder abraçá-lo pois ainda estarei em quarentena, quarentena esta que vai acabar dia 5 de maio e se deus quiser estarei bem melhor até lá… Tem também a minha pequenininha, de 3 anos, que me implora “mãe eu quero você!” É horrível você olhar pra um filho te implorando um colo, querendo um beijo e um abraço e essa criança não poder se aproximar de você, isso tudo só quem é mãe sabe. Está sendo duro. Por isso falo: quem passou sabe o quanto é horrível. Quero que passe o isolamento logo pra poder ficar perto da minha mãe e dos meus filhos, da minha família. Dói demais ficar nessa situação, é uma dor física e emocional sabe? E mesmo estando com a família perto o medo nos abate. Estou aqui buscando coisas pra distrair, comecei a desenhar coisas que gosto e quando falo com meus filhos pela porta, eles me fazem rir e isso me dá ânimo. Estou comendo e tem hora que nem dá vontade mas eu como lembrando dos sermões que dava aos meus filhos pra eles comerem (risos) e eles vêm na porta e falam ‘Você comeu tudo mamãe?”
Impacto financeiro
“Meu marido é autônomo e no momento ele não pode trabalhar, como esteve comigo em todos esses momentos ele ficou em isolamento parcial. E ele é o único que pode sair pra pegar comida e remédio quando conseguimos doações. Os professores da escola da minha filhinha querem e vão tentar me ajudar e eu aceitei a ajuda pois o único dinheiro que a gente conseguiu foi quando que ele fez alguns “bicos” e com esse dinheiro pagamos as contas com medo de ficarmos sem luz e água, pois imagina estarmos trancados e ainda sem luz e sem água em casa. E é claro as coisas vão acabando. Com 3 filhos em casa e sendo autônomos não há como não ficarmos desolados sabe? Daí toda ajuda é bem vinda. Ficar sem renda é ruim. Teoricamente a gente não mora na periferia pois moramos no Imirim e automaticamente as pessoas pensam que vivemos bem, mas passamos por dificuldades e aqui no bairro há muitas famílias negras em vulnerabilidade. Moramos aqui pois é uma casa de herança dos meus avós e graças a eles temos um lar e isso ajuda a gente a caminhar. Ainda assim não tem sido fácil.”
‘Minha família meu alicerce’
“Minha mãe, filhos e marido são meu alicerce, minha força por eles que estou aqui e fui criando forças e implorei pra medica pra não ficar internada pois queria poder estar perto deles além de que todos que estavam internados saíram em óbito… São 3 crianças dentro de casa isoladas, minha mãe que tem 56 anos tem problemas respiratórios e estamos cuidando dela. Nestes “mal atendimentos” que tive no hospital foi por um triz que meus filhos e mãe não pegaram e graças a deus meus esposo não se contaminou.”
Realidade da mulher negra e a importância de termos meios de expor nossa voz nesse momento
“Tenho me sentido motivada principalmente depois dessa “volta à vida”. É muito difícil passar por isso não só por conta do Covid mas por ser negra e mãe, numa cidade que a gente enfrenta o preconceito e discriminação. Ser mulher, ser negra, ser mãe e estar desempregada, ou mesmo estando empregada, dependendo da situação e condições de trabalho, é sempre um desafio pois não temos valor como ser humano por isso que quero muito poder mudar essa realidade. As pessoas não tratam o negro com respeito, no serviço de saúde, por exemplo, somos tratadas diferente. E é importante que denunciemos, mas para isso precisamos saber também como denunciar. Eu sempre quis estar mais em comunidade com outras mulheres, mas com essa vida que tenho com meus filhos que precisam de acompanhamento médico, muitas vezes mais de 2 vezes na semana (Psicóloga, Médicos e etc.), e mesmo longe temos contato com as profissionais por telefone. Nunca tive tempo e nesse momento o que eu mais queria era poder falar uma palavra bacana pra todas. Passamos por muitas lutas, sendo uma mãe negra com filhos negros, e é muito bom ter com quer conversar e transmitir o que estamos passando e outras pessoas também se identificarem. Quero poder auxiliar outras pessoas e que essa mensagem chegue até elas”.
Sentimentos de gratidão, esperança e vontade lutar
“Hoje pude ter uma nova chance de estar viva e agradeço vocês por me escutarem e também à Psicóloga que está atendendo minha mãe online. Eu não tenho religião, mas creio em Deus e essa fé é que me faz ficar firme e forte nessa terra e a força dos meus filhos, mesmo só os vendo pela porta é o que está me dando forças pra ficar melhor. Vamos seguir firmes e fortes acreditando que isso vai passar logo pra mim e pra todos. Nós negros precisamos nos juntar pra lutar pela nossa vida e pela vida dos nossos filhos, pois futuramente eles estarão aí e eles não merecem passar por isso, por isso temos que lutar por um mundo melhor”.
Referências
3- FANON, Frantz. Os condenados da terra. Tradução de José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S.A., 1968
4- Santos, Neusa. “Tornar-se negro” – As vicissitudes da Identidade do Negro Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro – 1983
* Psicóloga; Membro da Aliança Pró saúde da População Negra. Contato: @ester_psi