*Da Coordenação
Nesse mês de março, a Aliança comemorou o primeiro aniversário de sua fundação. Trata-se de um momento importante,visto que era preciso um novo movimento na articulação das ações contra o racismo e seu impacto na saúde.
A criação de seu fórum permanente em Setembro de 2018 foi um momento único, que buscava a ampliação do debate sobre as políticas públicas para saúde da população negra na cidade. Ao conduzir o seu IV fórum público, essa rede ampliou-se de tal forma, que já é possível classificá-la como uma rede multi-setorial e interdisciplinar, razão pela qual temos motivos de sobra para comemorar.
Nesse momento, essa iniciativa que tem buscado atuar a partir da realidade das lideranças e dos coletivos negros da cidade, desenvolvendo ações para além da saúde, reúne saberes múltiplos e uma densa capacidade de articulação.
Nós somos pesquisadores dedicados aos estudos sobre envelhecimento ou sobre o olhar da Terapia Ocupacional diante do posicionamento da população negra em nossa sociedade; atores que compartilham e buscam mais conhecimentos; que se comunicam com a massa, a partir de diferentes posições sociais; estudantes de geografia, ou da área médica, que se somam no ativismo contra a discriminação na sociedade e que atuam em favor da promoção da saúde da população negra.
Entre nós, estão usuários do sistema de saúde, trabalhadores da rede espalhados em diferentes programas de saúde, onde conseguem identificar as discriminações; especialistas atuando na área jurídica; pessoas atuantes que tem aproximado novos aliados; mulheres negras, desempregadas, concluindo a graduação em cursos específicos, como o de serviço social em universidade privada, formadas como auxiliar técnica em enfermagem para atuar nos cuidados da pessoa idosa; docentes que trazem a produção acadêmica nesta temática para debate no espaço coletivo da rede; cientistas, pensando a interface entre o racismo e os demais fenômenos sociais da cidade, na relação entre o Estado e a sociedade.
Essa rede reúne atores que conhecem o manejo de redes sociais e as coisas da informática; Iyalorixás e Babalorixás discutindo a inclusão dos Terreiros no debate sobre o direito à saúde e as demais políticas públicas, conforme as necessidades e a visão de mundo das religiões afro-brasileiras; especialistas na área de comunicação; psicólogos; articuladores da sociedade civil que possuem interlocução com as esferas públicas; atores que podem contribuir com diálogos e fortalecimento de redes entre a Aliança e outras instituições para divulgar e mobilizar pessoas da área e demais interessados visando construções coletivas.
Isso não é pouco, pois, demonstra um pouco da força negra construída nos últimos anos, com base na ancestralidade individual e coletiva que nos trouxe até aqui e, alimenta a nossa responsabilidade diante das necessidades que nossa população possui.
E você, como pode nos ajudar na condução dessa rede política?