Não discute-se mais o direito a saúde, a partir da população negra, pura e simplesmente por entender-se que ele está dado, não apenas pela Constituição Federal, mas também pelo conjunto de normas e diretrizes que dão norte ao Sistema Único de Saúde. Desta forma, a Aliança pró-saude da população negra que se constitui em São Paulo, unindo diferentes organizações e pessoas dedicadas ao enfrentamento ao racismo e seu impacto na saúde pública tem buscado a construção de um observatório direcionado, capaz de acompanhar a evolução da política.
Em sua segunda atividade pública, a Aliança, como tem sido chamado esse movimento, ofereceu aos participantes uma densa discussão sobre os desafios e as experiências da sociedade civil obtidas até aqui, na definição de políticas nessa areá. Desde OGBAN, até o Coletivo Anarcopunk Aurora Negra, conduzido por mulheres indígenas e negras, o que não falta é expertise.
Nesse sentido a II Reunião de lideranças-chave para a organização do observatório de políticas públicas para saúde integral da população negra teve o seu objetivo alcançado: possibilitou o intercâmbio entre as experiências, reunindo diferentes gerações e perspectivas, além de avaliar os passos a serem dados, a partir do que já existe.
O espaço será mantido para acolher outras organizações e pessoas, com suas respectivas experiências e essas irão subsidiar a organização do observatório, conforme o pactuado, na última sexta-feira, véspera do Dia Mundial da Saúde. Esse tem sido um passo importante pra articulação da sociedade civil, envolvida nesse processo.
Na sequência, as organizações partem para uma nova fase: o planejamento do trabalho conjunto, com vistas ao diálogo com o poder público.